Com a dissertação “Um Estudo de Caso de Automação de Processo Robótico em Sistemas ERP”, o recifense Diógenes Marinho concluiu o mestrado profissional na CESAR School com um estudo que direciona pesquisas para a implantação de algoritmos com inteligência artificial que colaboram com a redução de processos repetitivos baseados em RPA (Robotic Process Automation). O estudo mostra que a otimização do tempo empregado representa ganhos que podem chegar a 40%. Diógenes tem 20 anos de atuação na área de Tecnologia da Informação e Sistemas, experiência na implantação de sistemas ERP, gerenciamento de projetos, condução de equipe, destacando o desenvolvimento na linguagem ADVPL, entre outras expertises. Planeja seguir para o doutorado e ampliar a pesquisa para defender a aplicação de RPA em conjunto com IA e trazer algo de fato real e prático. Ele fala um pouco como foi a condução do trabalho:
O tema da pesquisa – Tinha um desejo antigo de estudar robotização, inteligência artificial ou algo que envolvesse esses temas. Quando fiz minha inscrição no mestrado profissional da CESAR School, meu pré-projeto foi justamente a junção de IA (Inteligência Artificial) com sistemas ERP, que era uma área onde eu tinha larga experiência. No decorrer do mestrado, isso foi direcionando para RPA (Robotic Process Automation), tema que ganha um bom destaque no mercado.
Áreas que podem ser beneficiadas a partir da automação de processos – Todo e qualquer processo que exija um esforço humano repetitivo pode ser implementado com RPA. Contudo, na pesquisa, identifiquei que um processo para ser eleito ele precisa atender alguns pontos: impactos sobre a redução de custos operacionais, alto volume de trabalho, baixa tolerância a erros e tempo para conclusão do trabalho. Sendo assim, se o processo se encaixar, ao menos, em três desses quatro pontos ele é um processo elegível, ou seja, justifica o investimento e o tempo desprendido para sua implantação.
Ponto mais importante da pesquisa – Sem dúvida, o resultado da execução do processo robótico, confirmando a tendência do que foi colhido na pesquisa. Nela, todas, sem exceção, alegavam que RPA tinha condições de reduzir o tempo gasto pelos operadores humanos. Mas o resultado colhido foi muito maior do que as tendências apontadas, que indicavam uma redução de 20% a 40% do tempo gasto por um humano no processo. Na pesquisa, pudemos constatar que ele foi capaz de reduzir 94%. Então foi, de fato, uma grande constatação.
Quero pontuar ainda que foi identificado que 54% dos trabalhos pesquisados afirmam que RPA é passivo de integração com ERP, mas nenhum deles trazem, de fato, casos reais de uso. Logo, a pesquisa conseguiu suprir esse gap identificado. Além disso, uma nova onda de pesquisas acadêmica sobre RPA traz uma abordagem recente: que RPA não é mais uma tecnologia “leve”, que não precisa da interferência de desenvolvedores. O resultado da pesquisa apontou que o uso de RPA com a implementação via algoritmo é uma tendência e potencializa a amplitude do uso do RPA muito mais do que um simulador de passos humanos copiados por um processo que rode em desktop.
E o impacto da implementação do RPA vai muito além da redução de tempo dos humanos (usuários de sistemas ERPs). Ele reduz custo operacional com pessoal (um dos maiores custos das companhias) e melhora a qualidade das informações transacionadas visto que as informações são guiadas pelo próprio sistema.
Benefícios para o mercado – O mercado pode usar a pesquisa para basear, por exemplo, como classificar um processo como eleito, que justifique o investimento proposto. Esses passos são descritos com detalhes na pesquisa, reproduzidos na figura abaixo (o aluno enviou a ilustração abaixo). Baseada nesses passos, a empresa pode identificar se um processo é elegível. Qualquer área da empresa é passível de implantação, basta seguir os passos descritos.
Propostas futuras – Com o trabalho futuro, busco ampliar o uso do RPA em conjunto com IA e melhorar os processos dos sistemas ERP, e espero chegar a um modelo de ERP com o menor número de interferências humana possível.