Pesquisa propõe melhorias para ambiente virtual de aprendizagem para crianças

Natural de Maceió, Pedro Fernandes é formado em Design pela Universidade Federal de Alagoas e trabalhou para a gestão pública de seu estado e, logo depois, morou fora, na Austrália. Com o retorno ao Brasil, ingressou em sua atual função, como designer de uma escola da rede particular – seu objeto de pesquisa na conclusão de seu mestrado profissional na CESAR School, na dissertação intitulada “Ambiente Virtual de Aprendizagem para Alunos do 5° ano: UX Design da investigação ao framework”.

“Logo senti necessidade de buscar aperfeiçoamento acadêmico e profissional. O mestrado da CESAR School foi excepcional por justamente unir esses dois mundos, abrindo muito mais caminhos para o futuro. Estou muito ansioso para os próximos passos”, diz, em conversa com a School. Confira:

Motivação da pesquisa

Por trabalhar na criação/produção de material pedagógico de crianças, observei a necessidade de um estudo aprofundado sobre o sistema educacional que a escola onde trabalho, Espaço Educar (Maceió/AL), utiliza para seus alunos. O “Clube do Aluno” foi desenvolvido a partir do “Moodle”, um AVA popularmente conhecido por estudantes de graduação EaD (Educação a Distância). Mas me perguntei sea esse modelo realmente adequado para crianças nascidas na era digital.

Problemas que a pesquisa se propõe a resolver

Durante a fase de pesquisa em UX Design do trabalho, foram descobertos alguns problemas com o software educacional que estava sendo utilizado na escola. Por exemplo, o percentual de alunos que acessam todas as atividades do Clube do Aluno é baixo, assim como o percentual de alunos com duas, uma ou nenhuma tarefa acessada é bastante alto. Também foi identificado que o usuário percorre um fluxo extenso para conseguir fazer um questionário dentro da plataforma.

Outro problema notificado é que o sistema possui oportunidades de melhoria nas áreas de conteúdo, arquitetura da informação, design e negócios e que os usuários gostam de utilizar a tecnologia e querem poder usar mais de maneira prazerosa e sem ruídos. Além disso, a plataforma não segue as heurísticas propostas por Nielsen (1995).

Metodologia utilizada

A pesquisa utilizou o método científico hipotético-dedutivo (POPPER, 1975). Esse método parte de um problema ao qual se oferece uma solução provisória, passando-se depois a criticar a solução com vista a eliminação de erros, esse processo se renova dando origem ao surgimento de novos problemas. As etapas do método hipotético-dedutivo consistem em:

  • Expectativas ou conhecimento prévio;
  • Problema: vai desencadear a pesquisa. Toda investigação nasce de algum problema teórico/prático;
  • Conjecturas: solução proposta em forma de proposição passível de teste, direto ou indireto;
  • Falseamento: testes que consistem em tentativas de falseamento, de eliminação de erros.

O que foi levado em consideração pela pesquisa

 A nova proposta levou em consideração, fundamentalmente, a experiência do usuário, através de ferramentas como focus group, teste de usabilidade, entrevistas semi-direcionadas, sitemap, avaliação heurística, análise de métricas, entre outras. Foi possível entender o que o usuário precisa e quais suas reais necessidades, para tornar a nova plataforma muito mais eficiente, eficaz e prazerosa. Além disso outros aspectos do design foram levados em consideração, relacionados à usabilidade de interfaces, cores tipografias, formas, entre outros.

Principais melhorias propostas

Podemos citar aqui a diminuição do fluxo de telas. O usuário consegue completar a ação de forma mais rápida. A implantação de uma ferramenta de busca e ajuda, atendendo assim as heurísticas propostas por Nielsen (1995).

Também a inclusão de um sistema de pontuação, onde os usuários são estimulados a continuar acessando a plataforma. Houve também uma perceptível mudança visual no layout, agora é muito mais agradável aos alunos, pois informações desnecessárias foram retiradas, deixando apenas o que é essencial para a experiência do usuário.

Etapas subsequentes
Como sugestão para trabalhos futuros, fica a continuação do ciclo metodológico, o protótipo desenvolvido é uma nova conjectura. Sendo assim, fica passível de um novo falseamento. O primeiro ponto que deve ser levado em consideração em trabalhos futuros é o acompanhamento da plataforma pelo designer instrucional da instituição, seu compromisso com uma aprendizagem verdadeiramente ativa e significativa é fundamental para o processo sistemático de traduzir os princípios gerais de instrução e aprendizagem em planos para materiais instrucionais.

O UX design vem sendo trabalhado cada vez mais em diferentes aspectos da experiência, que não diz somente respeito à interação visual e tátil. É comum, em outros projetos, o uso de interação com outros sentidos humanos. Apesar de não serem estritamente necessários, os efeitos sonoros podem ser utilizados para que a experiência seja mais completa, encantadora e realista. A utilização de feedbacks sonoros pode, também, ser estudada e utilizada em trabalhos futuros. Outro aspecto que foi pouco abordado durante presente trabalho, mas que merece uma atenção especial na continuação dos estudos, é a adaptação da plataforma para crianças com necessidades educacionais específicas, esse público em especial carece de instrumentos educacionais adequados e definitivamente será contemplado em estudos futuros.

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