Design Thinking é usado para otimizar o gerenciamento de materiais na Zona Franca de Manaus

Empresas da Zona Franca de Manaus, no estado do Amazonas, precisam cumprir o quantitativo mínimo de peças nacionais em seus produtos para ter direito a incentivos fiscais destinados à região. E operacionalizar esse levantamento entre itens importados e os fabricados no Brasil é – até agora – uma “dor” para o mercado e virou objeto de estudo no Mestrado em Design Profissional da CESAR School.

A dissertação é de Charles Trajano, gerente de produto de uma das fabricantes de eletroeletrônico da Zona Franca de Manaus, a multinacional LG, propõe melhoria para o gerenciamento da lista de materiais – a Bill Of Material (BOM) – com diretrizes do Design Thinking. O projeto nasce da demanda da própria indústria 4.0 e da necessidade de melhorar processos em prol da otimização da competitividade e da produtividade.

Para receber incentivos fiscais, empresas instaladas na Zona Franca (assim como em outros estados do Brasil) precisam atender ao Processo Produtivo Básico (PPB), cumprindo os percentuais determinados para itens nacionais em seus produtos.

“Meu tema foi de fato para a área que atuo. No meu departamento, trabalhamos com a lista de materiais, insumos da fábrica para produção de ar-condicionado. São vários itens elétricos e mecânicos e essa lista era controlada por uma planilha de Excel, inclusive a listagem vinda de fora. Era tudo muito suscetível ao erro humano”, diz Charles, que é engenheiro de produção, tem MBA em Engenharia da Qualidade e finalizou o mestrado em Design em Artefatos Digitais na School.

Eventuais erros nessa operacionalização acaba causando atrasos na linha de produção, que precisa ser interrompida para que a peça faltante seja reposta. “Por isso, o projeto consiste em um sistema para parametrizar os insumos importados, por exemplo, da Coreia e da China e verificar com que frequência há erros como falta ou duplicidade de peças”, conta Charles. Com o sistema, as informações parametrizadas com antecedência e de forma bem mais fácil, anulando erros usuais da verificação manual e evitando a interrupção da produção.

As listas compreendem em torno de 900 itens, entre peças elétricas (como motor e microcontrolador de ar-condicionado, o PCB) e mecânicas (como compressores, tubulações e painéis).

ESPAÇO NO MERCADO
Segundo Charles, o projeto teve apoio da Fundação Paulo Feitosa (FPF), parceiro da LG, e é certo que terá espaço no mercado, uma vez que resolveria uma “dor” muito geral dessas linhas de produção.

“Toda indústria com processo produtivo precisa da lista de materiais. Elas trabalham com percentual de itens importados e outro de nacionais”, diz Charles, explicando que esta solução desenvolvida no mestrado da CESAR School tem propriedade intelectual da LG.

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